domingo, 31 de maio de 2009

Ibéria


Em 1984 o panorama musical era dominado pelo aparecimento do Rock Português, enquanto lá fora decorria o período Pós Punk e a New Wave da Pop Music.
Esta era a altura propícia para o aparecimento da banda - Asgarth.
Após várias incursões nos ritmos actuais, começam alguns anos mais tarde a explorar o campo do Heavy Metal, assumindo a transformação com a alteração do nome para Ibéria.
É no dia 31 de Janeiro de 1987 que os Ibéria entram em estúdio, com a finalidade de gravar. Apenas 10 horas de estúdio, tempo escasso para demonstrar o potencial da banda. Nascem em fita: “Hollywood”, “Lady in Black” e “Warriors”. O resultado não se fez esperar, com centenas de passagens e permanências em tops, nas mais diversas rádios locais por todo o país.
O passo seguinte é sem duvida o mais importante e decisivo: Pita, realizador do “Luso Clube” na Rádio Comercial, animado com a subida da banda nas tabelas radiofónicas, decide colocar os Ibéria no programa “Clipomanias” da RTP , no dia 5 de Agosto, no palco do saudoso Rock Rendez Vous, onde decorriam as gravações do programa.
O tema era “Hollywood” e a banda participa por duas vezes nesse programa.
O “Lusomania” de Coimbra considera a demo dos Ibéria a melhor, outros votam a banda como das melhores, assim como os seus elementos nas respectivas categorias.
O concerto de apresentação ao vivo é feito no dia 29 de Abril de 1988 no Rock Rendez Vous, e nele estreia-se “Fuck the Teacher”.
Foi um concerto memorável, ainda mais que o exclusivo do single tinha sido dado a Luís Filipe Barros, do Rock em Stock da Rádio Comercial.
A 18 de Maio, os Ibéria apresentam ao vivo “Hollywood” num dos maiores palcos do país: o Coliseu dos Recreios de Lisboa perante mais de 3000 pessoas. Muito aplaudidos, a banda confraterniza com nomes como Xutos e Pontapés, UHF, Delfins, Peste & Sida, Rádio Macau, Sétima Legião, entre outros.
Seguem-se inúmeras aparições televisivas e apresentações ao vivo que, cada vez se tornam mais intensas e participadas.
A 7 de Setembro de 1988, os Ibéria entram em estúdio para experimentarem o novo sistema de gravação de 24 pistas.
Com a entrada em 1989, a banda é surpreendida com uma gravação onde se diz que a banda é a primeira Banda Portuguesa a passar na BBC-Radio One, mais concretamente no Friday Rock Show.
Neste contexto, as atenções viravam-se agora também para F. Landum que, como músico convidado dos Da Vinci, obtêm um grande protagonismo na vitória do Festival da Canção desse ano com o tema “Conquistador”.
No dia 28 de Abril, (quando a banda comemora um ano do lançamento do single de estreia) têm o maior choque de sempre: o carro onde seguia Francisco Landum, após um concerto, tem um grave acidente. É Toninho quem dois dias depois e sem estar preparado, embarca para Lausanne, Suíça, onde vai substituir Landum nas guitarras dos Da Vinci, no Festival da Eurovisão perante 1bilião de pessoas...
Como se não bastasse, quatro dias depois, João Alexandre tem também um acidente de viação sendo projectado pelo vidro da frente do automóvel onde seguia, deixando marcados não só o rosto, mas também o espírito do João e da banda, que se via na fase mais difícil da sua carreira.
A actividade da banda torna-se quase nula, tendo que anular várias datas de concertos ao vivo.
No dia 6 de Setembro de 1989, recomeçam os ensaios e todos os dias, até voltarem à estrada, a banda revê o seu repertório e os novos temas a criar. 26 de Agosto é a data de regresso aos palcos e a nova formação é apresentada em Lordelo, Paços de Ferreira.
Com as dificuldades dos seus elementos em manterem a banda em pleno, com João Sérgio e Landum nos Da Vinci, João Alexandre nos Shangai Blue e Toninho nos UHF, a banda decide parar, para com tempo melhor estruturar o projecto.
Seguem-se longos meses de inactividade completa dos Ibéria. O tempo foi passando e com ele dão-se mudanças no género e configuração do grupo. Os Ibéria são convidados a fazer um “Unpluged” em directo na Rádio Super FM e a 9 de Março de 1996, dão uma entrevista ao que se segue um Medley Acústico composto por 3 temas: “Gosto de Ti”, “Laços” e “Revolver de Chocolate”.
Até Junho têm algumas datas sendo a mais mediática no Johnny Guitar, em Lisboa, no dia 25 de Junho.
A banda, mais uma vez, sofre um desaire ao ver-se privada do seu vocalista, que ruma a Inglaterra. É com grande desânimo que ao fim de 10 anos de Ibéria (1986 – 1996) decide-se acabar com o grupo, tendo os seus elementos seguido outros caminhos musicais.
“Ibéria Vol.1 e 2” editados em 2009 é o resultado musical da história desta banda com um percurso atribulado mas que marcou um género musical em Portugal.
Os seus elementos, sendo hoje em dia alguns deles, destacadas personalidades no meio musical, integraram este projecto que hoje renasce das cinzas na edição deste dois 2 cd’s

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